sim, nós vivemos por aqui (2)









































a propósito disto.


do amor e do comando da tv

fotografia de annette pehrsson



ontem à noite cá em casa decidimos rever o primeiro episódio disto e discutíamos algumas coisas que têm a ver com as temporadas a seguir. como é costume, bebíamos chá. no meio da conversa, o p. deixa cair o comando dentro da caneca (com chá lá dentro). muitos correriam aflitos para tentar salvar o comando. nós partimo-nos a rir. o p. foi para a banca (com o objectivo de secar o mesmo) e enquanto eu me continuava a rir, ele ainda arranjou maneira de beber o resto do chá antes de o secar (o que ainda nos fez rir mais). este episódio não mais foi do que uma achega à conclusão de que somos feitos um para o outro. 


tesourinhos tudo menos deprimentes (1)



esta fotografia foi tirada há quase 4 anos em budapeste. estamos tão diferentes e, ao mesmo tempo, tão iguais. vi isto, decidi vasculhar os backups que tinha aqui no porto e criar esta rubrica. lembro-me deste dia. tive de pôr as meias por cima das calças porque me faziam alergia nas pernas, a cat tinha este casaco emprestado porque não levou roupa suficientemente quente. atrás está o parlamento, que não conseguimos visitar. isto é sem, dúvida uma parte importante de nós, de mim.

em casa de ferreiro espeto de pau

sakai fotografia de aya brackett


estou eu a ler as notícias, quando vejo:

«No acelerador de partículas do CERN já começaram a ser produzidos mini-Big Bangs, fazendo colidir núcleos atómicos maciços de chumbo, acelerados até velocidades muito próximas da da luz. Estas experiências, que libertam enormes quantidades de energia, permitem já reforçar uma teoria que os físicos têm tentado provar experimentalmente na última década: que, nos seus primeiros milionésimos de segundo, o Universo era líquido.»


falei com o p. 3 vezes hoje ao telefone, e fiquei a saber que o universo era líquido pelo público.


da arte de ganhar um processo

 



parabéns, du! agora não só os teus amigos e a tua boniteza a aturar-te. o direito terá de levar com o teu mau feitio também.e os clientes agradecem, o juiz idem (o mau feitio traduz-se em poucas páginas na contestação) e nós ficamos felizes por ti. hiieeiii!

this is also why we heart google

sandálias - pour la victoire*


quando pensamos que não há mais surpresas no mundo que é o google, temos surpresas destas
num mundo de homens, é bom ser mulher (por todas as razões, pois está claro, mas por esta também).




Orgulho, sensibilidade e bom senso


Quando a selecção joga no Estádio da Luz, eu faço sempre questão de a ir ver ao vivo principalmente por causa de um motivo: impedir que algum lagarto ou algum adepto do CRAC
[andrades] ocupe, e assim polua, o meu lugar!


novelos


fotografia de sezayi erken


todos gostávamos de ser um novelo para podermos tecer de outra forma, algumas características nossas, de que não gostamos. todos temos esperança de, mais cedo ou mais tarde, o ser. ao mesmo tempo, queremos ser o novelo por tecer dos doze ou treze anos.


simplicidade


fotografia de paul octavious

tenho pensado bastante no significado desta palavra e no peso que tem. o primeiro resultado que aparece quando introduzimos a palavra no google é:  “Simplicidade ou frugalidade é a ausência de artifícios, extravagâncias e excessos de ordem material, social ou psicológica” * a primeira imagem é uma mão e uma flor pequenina *.

A definição ou o grafismo da simplicidade serão pouco importantes na medida em que a minha  maior dúvida é se serei na minha essência uma pessoa simples. e a questão coloca-se na medida em que gostava realmente de o ser.

pergunto-me se vibrar com um par de sapatos é incompatível com sentir uma felicidade suprema por ter esta vista quando olho pela janela. se sonhar com  a casa x ou y se sobreporá à casa z, se a última for mais perto dos que mais gosto. se gostar tanto de caramelos invalida gostar de sushi. se gostar de ver mulheres bem vestidas significa que gostava de ser uma delas, acima de tudo.

depois lembro-me dos últimos dias. a visita à h&m com a catarina que ia comprar umas calças (e eu também). chegámos e não as encontrámos (não havia o número), quando ela ia experimentar as alternativas vimos o que já não esperávamos encontrar (ela queria e precisava mesmo das calças). lembro-me do sorriso dela e fiquei tão feliz que me esqueci completamente que também ia comprar umas para mim. lembrou-se a catarina quando já tínhamos saído e foi engraçado. a minha vontade de ter as calças era pouco face ao sorriso simples da minha amiga, ou ter-me-ia lembrado. depois também fui ajudá-la a escolher uns sapatos, e ver a alegria dela (e falo de roupa/sapatos necessários pelas circunstâncias de estarmos a iniciar a vida profissional) seria sempre mais do que ter comprado uns sapatos para mim.

tenho questionado se faz tanto sentido gostar tanto de algumas coisas. roupa é roupa e a roupa gasta-se. mas vou sempre ficar mais feliz se der uma vista de olhos à elle (uk). tirar ideias, imaginar-me com roupa que nunca vou ter (e não há nenhum pesar nesta afirmação, muito pelo contrário) e talvez seja esse o encanto.

às vezes, inquieta-me que gostar de coisas possa comprometer a simplicidade em que gostava que a minha vida se completasse. mas haverá algum problema, se a questão for só gostar? ou ficar feliz por ter algumas delas (sendo a felicidade - no sentido mais lato possível - uma consequência e nunca uma condição)?

não sei… gostava realmente que quando as pessoas (que gosto e cuja opinião é importante) se tivessem de me descrever  lhes surgisse a simplicidade como uma característica minha. se calhar (e por um conjunto de circunstâncias que não vale a pena explorar) coloco demasiado peso e até alguma culpa por gostar de coisas ditas superficiais, como se me retirasse algum conteúdo e fosse contraditório e incongruente com outras coisas em mim.e isto é uma discussão que tenho de ter comigo.

mas, será a simplicidade uma questão de ausência de coisas ou uma forma de as ver, de ver o mundo?