as raparigas





muito mal e bem se tem dito sobre esta série.
no lado do m uma das principais críticas é falta de gente de outras raças no elenco, o pretenciosismo e o elitismo, do lado do b a genialidade criativa de lena dunham (que escreve, filma,actua e produz) e o retrato  honesto e cru que proporciona da vida pós-universidade de um grupo de raparigas em nova iorque .

tenho de confessar que já há algum tempo que não via uma série que me fizesse rir tanto com coisas de miudas.

dunham é inteligente e engraçada e escreve incrivelmente bem. não me interessa muito, confesso, a importância desta série para a emancipação/afirmação da mulher (aliás não me interessa nada, o sexo e a cidade já fez mal que chegue).




há uma certa ingenuidade de principiante que sabe bem, sem, no entanto, retirar a esta rapariga o estatuto de furacão criativo (como é que esta miuda faz tudo é uma bela questão).
acho que compreendo bem que se levantem tantas ondas. no fundo ver um conjunto de miudas com estágios não pagos, cada uma com o seu iphone e roupas das últimas tendências pode ser um bocado desinteressante . no entanto, a meu ver, a série não deixa de ser um retrato fiel da vida de uma elite que vale a pena conhecer, até para perceber melhor e criticar com propriedade. não necessariamente para procurar identificação ou resolver as grandes angústias dos jovens, ou melhor, das jovens pós-modernas. às vezes a televisão é só televisão e não há mal nenhum.



 
às vezes também acho que aborrece a muita gente que uma miuda feiinha e com uns quilos a mais consiga jogar com isso da melhor forma. consiga aparecer nua sem grandes complexos e algum humor (com algum orgulho até).
é uma chatice, eu sei, estamos pouco habituados.



controvérsia é normalmente sinal de que nem ao mar nem à terra e, controvérsias à parte, eu adoro esta série. vem aí a segunda temporada (yeiiii!).


Now it’s a lot of bad bitches in the building





Noutro dia estava a ver o ídolos, e a dada altura acontece isto:



The man said 'why do you think you here'
I said 'I got no idea
I'm gonna, I'm gonna lose my baby
so I always keep a bottle near'

I cheated myself
Like I knew I would

 I told you, I was trouble
You know that I'm no good


You go back to her
And I go back to
Black



 
Fiquei impressionado ao ver todas estas raparigas, umas mais e outras menos, cantar estas músicas como se estivessem a cantar esta. Não resulta muito bem. 
Eu sei que isto é de modas. Talvez não tarda voltem os olhares "profundos" e a cabeça caída. Mesmo assim, entristece-me que se imitem umas às outras, desinteressando-se do que estão a cantar, ainda para mais num programa de música, e ainda para mais quando o que estão a cantar é tão bom.
É tudo mau, mas o pior acontece a partir dos três minutos.

 


 E agora coisas sérias. A couple real niggas in the building:







a parisiense é qualquer miúda...mais ou menos


recentemente li um livro da autoria de uma sra. chamada ines de la fressange cujo título é 'la parisienne'. através de uma linguagem descontraída, despretenciosa e carregada de humor esta senhora dá-nos todas as dicas para cultivar o estilo parisiense.



para quem vai acompanhando aqui a ali umas revistazitas de moda este conceito é mais ou menos familiar. para quem já foi a paris não será muito difícil admitir que é a cidade do mundo com as mulheres mais bonitas e bem arranjadas do mundo. nunca fui a nova iorque, mas arriscaria dizer que não bate paris (o parágrafo seguinte explica um pouco).

foi curioso descobrir através do livro da sra. ines que a beleza e glamour radicam na simplicidade (fiel a umas quantas peças básicas e com grande recato face às novas tendências). e de facto pensando um bocadinho no assunto é exactamente isso. há uma simplicidade, sem uma ponta que seja de negligência, na parisiense que faz sonhar qualquer mulher...ou só a mim.

lembro-me de me terem dito duas ou três vezes "estás muito francesa", e na minha quota parte de frivolidade (atire a primeira pedra quem não a tiver) fiquei toda contente. a vida também é feita desta idiotices.


fotos: paris por x ou p



 chicago por p


dia de começar. e é precisamente num dia de novos projectos, perspectivas, e quem sabe o que mais, que me sinto tentada a escrever por aqui. este é um espaço de tanta história e partilha que parece quase inevitável que testemunhe um novo começo.

um dia de começar com o tom jobim e o fim de um livro magnífico (um diálogo de avanços e recuos perfeito).

e é isso, não é? os começos implicam sempre um fim, avanços e recuos. é assim a vida. é bom começar.