mena

é bom, ir comer um gelado e desatar novelos de palavras, perder a noção das horas, numa conversa que começa em genebra e acaba na cidade do cabo que é o sitío que me soa a fim do mundo, e só está aqui por acaso (nem foi mencionado).


é bom, perder a cabeça na secção de papelaria do manor, encontrar postais, pedacinhos, em coisas muito pequeninas, daquela coisa majestosa a que se chama felicidade, e poder partilhá-la.







é bom, poder sentir a descoberta de uma nova amizade, como se estivéssemos a chegar à virginia quando a civilização vislumbrou os seus encantos, pela primeira vez.


é bom perceber que as futilidades, na amizade, têm outro sabor, e não se chamam assim.


é bom escrever, este texto, lembrando-me de uma composição que escrevi quando tinha seis anos em que tinha de enumerar as razões de qualquer coisa e em que repeti um cem número de vezes «é bom» , havendo palavras que queria muito escrever e não sabia como.

é bom, dizer e sentir que é bom.