muito mal e bem se tem dito sobre esta série.
no lado do m uma das principais críticas é falta de gente de outras raças no elenco, o pretenciosismo e o elitismo, do lado do b a genialidade criativa de lena dunham (que escreve, filma,actua e produz) e o retrato honesto e cru que proporciona da vida pós-universidade de um grupo de raparigas em nova iorque .
tenho de confessar que já há algum tempo que não via uma série que me fizesse rir tanto com coisas de miudas.
dunham é inteligente e engraçada e escreve incrivelmente bem. não me interessa muito, confesso, a importância desta série para a emancipação/afirmação da mulher (aliás não me interessa nada, o sexo e a cidade já fez mal que chegue).
há uma certa ingenuidade de principiante que sabe bem, sem, no entanto, retirar a esta rapariga o estatuto de furacão criativo (como é que esta miuda faz tudo é uma bela questão).
acho que compreendo bem que se levantem tantas ondas. no fundo ver um conjunto de miudas com estágios não pagos, cada uma com o seu iphone e roupas das últimas tendências pode ser um bocado desinteressante . no entanto, a meu ver, a série não deixa de ser um retrato fiel da vida de uma elite que vale a pena conhecer, até para perceber melhor e criticar com propriedade. não necessariamente para procurar identificação ou resolver as grandes angústias dos jovens, ou melhor, das jovens pós-modernas. às vezes a televisão é só televisão e não há mal nenhum.
às vezes também acho que aborrece a muita gente que uma miuda feiinha e com uns quilos a mais consiga jogar com isso da melhor forma. consiga aparecer nua sem grandes complexos e algum humor (com algum orgulho até).
é uma chatice, eu sei, estamos pouco habituados.
controvérsia é normalmente sinal de que nem ao mar nem à terra e, controvérsias à parte, eu adoro esta série. vem aí a segunda temporada (yeiiii!).